quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ter já idade para muito recordar, por vezes, faz chorar!


O canal AMC está a passar uma vez mais o filme Mamma Mia, com a excelente interpretação de Meryl  Streep.

E, passando  os olhos pelo ecrã, agora que são já  quase quatro da tarde e o almoço cá em casa foi tardio  por ser dia de empregada até ás três, emocionei-me mesmo, coisa que é muito frequente comigo, digo-o como "declaração de interesses".

Vieram-me à lembrança algumas  vezes em que vi Mamma Mia em Nova York, sempre só e muito bem acompanhado.

A primeira vez que vi  em teatro a peça baseada nas musicas dos ABBA, foi em Toronto, no ano 2000, no Royal Alexandre Theatre. Mas, dessa primeira vez, nem mais me lembrei senão agora ao escrever.

As lágrimas surgem ao recordar que em Nova York as coisas são muito simples, como ir a qualquer rua ou ponto de Manhattam, mas também muito complicadas, como ir ao teatro,  neste caso a um musical da Broadway.


Vi, no Winter Garden, na Broadway com a 7ª Avenida, Mamma Mia pelo menos três vezes, em anos diferentes, em Novembro de 2001,  2002 e 2004. Penso que esteve ali  em cena uns dez  anos. Aconteceu-me o mesmo com CATS, MISS SAIGON  e com CHICAGO, vi  também cada um destes  várias vezes, sempre na Broadway.


Em todas elas, comprei o bilhete no inicio da tarde em Times Square, no Tickets, onde há ingressos para todos os espectáculos e as filas começam ali junto à 7ª Avenida e por vezes vão até à  Rua 49.

A  parte complicada em Nova York está nisto: os teatros e espectáculos começam muito cedo, ás horas para nós europeus recomendadas para iniciar o jantar.
Chego ao fim da tarde ao hotel, tomo um duche revigorante , quente ou frio conforme a altura do ano, desço do andar quarenta e tal do Sheraton & Towers ali na 7ª Avenida com a 52 nd Street, atravesso
a rua e coloco-me na fila do Winter Garden.  Pelo meio, passo defronte de uma das melhores Steak Houses americanas, a Rosie's O'Garden que prepara e serve um bife que até na tumba me fará salivar, o verdadeiro  "filet mignon " com lobster tail. Isso mesmo, especialidade de N.Y, NY Sirloin  & lobster tail, com rabo e não só de lagosta, os lombinhos também. Para sair, um Apple Pie e um verdadeiro Irish Coffee americano mas impecável.






Isto é razão para arrepiar caminho e não ir ao musical.

Mas nunca hesitei e sempre pensei que o jantar ficaria para a saída do teatro. Acontece que, à saída,  a hora é de recolher e apenas comi, sempre, um empata fome qualquer numa Deli House, assim lá chamam as pastelarias e afins.

Vi, com a felicidade com que tantas vezes saio, cá em Lisboa, das peças do Teatro A Barraca, interpretadas por figuras míticas da canção e do cinema, ali ao vivo diante de mim, estas e outras peças que mencionei. Reforço esta, Mamma Mia, Cats, Chicago, Miss Saigon  entre várias outras.

Depois da vida que vivi, o que posso dizer? Que venha o virus e me leve para o raio que me agasalhe? Que nada mais me interessa?
Não, pelo contrario, penso mesmo que tenho obrigação de lutar pela vida. Pela minha e pela dos outros, por tudo de bom que ela já me deu e pelo bom que a vida tanto tem.

Com a consciência clara da muita sorte que fui tendo. Da vida que vivi.
Mas também com a consciência clara que não acredito que haja um ser humano, um apenas, que, por mais sorte, por mais felicidade, por mais riqueza, mais "remediado" ou mais rico que possa ser, tenha tido apenas essa parte da vida, a felicidade. Não, não é questão de fé, é ter a certeza que todos, mas todos os seres humanos, ao mesmo tempo que possam ser felizes, terão as suas amarguras, momentos difíceis, de dor e dificuldade.
Só que, a infelicidade de quem tem recursos para se alimentar, vestir e tratar da saúde se ela falta, não se pode comparar à de quem todos os dias nunca os tem nem teve e os momentos de felicidade são, por isso mesmo, muito mais uma ideia, um sentimento que nasce com a imaginação do que por uma razão objectiva.



terça-feira, 28 de abril de 2020

Acreditem que este pedaço de vida nunca foi contado, é mesmo a primeira vez que dele falo publicamente.


Hoje, ocupando tempo de mais um dia de retiro caseiro, vi num canal de cabo o filme Grace Kelly.
Grace, foi actriz americana e mais tarde Princesa do Monaco casada com o Principe Rainier, passou a ser uma da Família Grimaldi que ainda hoje detém a soberania do Principado.
Stephanie do Monaco e eu com o meu visual de 1984

E, com o filme, veio-me este pedaço de vida minha à memória, tão longe que ele andava.
Nunca dele falei publicamente não por alguma razão em especial mas porque não tem relevância suficiente para o ter feito e sempre achei que poderia ter o inconveniente de, ao falar dele, me criticarem  por pretenciosismo, por me querer fazer vaidoso.
Daí que nem num livro de memórias e percurso de vida há anos publicado o tenha mencionado ao de leve que fosse.

Cá vai, então.



No dia 22 de Outubro de 1984, realizou-se no Autodromo do Estoril o 4º Grande Prémio de Portugal de Formula Um. Nesse dia, tomei o pequeno almoço, cedo, na motorhome da Mac Karen, onde corria também Alain Prost.  AS pessoas e os convidados iam chegando, tomavam pequeno almoço, falavam entre si os conhecidos  e, um pouco mais tarde chegavam os pilotos que nesses tempos ainda se dignavam por ali ficar e também pequeno almoçar, ao contrário do isolamento que anos mais tarde passou a ser praticado.  Na mesa onde estive sentado  estava também uma  jovem que vestia um blusão preto da Boss, marca que patrocinava a equipa MacLaren. Via-se, no entanto, que não era um membro da equipa, antes uma convidada e muito rodeada de atenções.  Quando o Alain Prost chegou veio de imediato sentar-se na mesma mesa e tomei parte no entusiasmo da conversa que se seguiu. Durante essa manhã, cruzei-me algumas vezes com a jovem do blusão preto da Boss e fiz algumas fotografias  de forma discreta, para nada que não fosse corresponder à minha curiosidade sobre a pessoa que desconhecia.  Assisti a grande parte da corrida na box da Mac Karen onde a jovem passou também a maior parte do tempo.
A jovem Stephanie com o blusão preto da Boss

Mal poderia eu pensar que poucos anos mais tarde eu viesse a ser Administrador do Autodromo do Estoril e viesse ali a ter outras mordomias. Mas, para o meu gosto tão forte e desde sempre pelos desportos motorizados e pelos automóveis, aquilo chegava-me perfeitamente.

Antes do inicio da corrida, tive, contudo, a curiosidade de perguntar  a um elemento da equipa quem era a jovem. Fiquei incrédulo, era Stephanie, a filha de Grace Kelly, ela mesma membro da Família Grimaldi, filha do Principe Rainier.

Comentava-se na altura sobre o interesse da Princesa Stephanie em vir assistir à corrida, coisa eventualmente relacionada com um dos pilotos de F1. Não era coisa que me interessasse.
todo aquele meio, na altura, fervilhava de casquine que me deixava em posição de guarda, de defesa, para não me distrair do que me interessava mesmo, os automóveis.

Talvez por me ter achado mais discreto que toda aquela gente que a rodeava e aos carros nem parecia ligar, ela própria me perguntou de que país era, fez piada com o meu bigode, o moustache , que usava na altura e perguntou-me se tinha alguma função ali ou era da imprensa. ficou admirada por apenas ser um forte admirador e gostar das corridas e estar também convidado.
Pediu-me a certa altura para lhe fazer algumas fotos com a maquina dela, o que me deu oportunidade para lhe contar da minha paixão pela fotografia, não sabia se maior ainda do que pelos automóveis.

Semanas volvidas, enviei-lhe para o Monaco algumas fotos dela própria mas feitas com a minha máquina.
Espanto meu,  ainda antes do Natal, recebi uma carta de Stephanie agradecendo, falando-me de coisas outras que não apenas dos automóveis e da F1, dizendo-me que quando passasse pelo monaco seria sempre bem recebido pela família Grimaldi. Chegou o Natal e recebi assinado por Rainier e por ela própria, um cartão com os votos de boas Festas que ainda guardo. Quase de seguida, chegou-me o postal oficial com a foto de toda a Família e assinado à mão por cada um dos seus membros.

Ainda  houve mais correspondência que muito me honrou e que me proporcionou, no ano seguinte, em férias, ser recebido na fabrica da Ferrari em Maranello, eu, o meu filho e o meu sobrinho/primo Luis Santiago Baptista, termos uma visita privadíssima com entrada do meu Fiat Mirafiori da altura  nos portões da Ferrari e tudo, ver com detalhe como são lá tratadas as "Máquinas do Cavalinho" e de lá sair com um livro assinado à mão pelo comendador Enzo Ferrari!


Veio a seguir um tempo em que Stephanie do Monaco foi muito falada pela paixão e vida que teve com um artista de circo, se não estou em erro. A partir daí, ter-se-á isolado mais e acabou a troca da simpática correspondência.

Já o tenho dito e vou repeti-lo: a minha vida não foi nada monótona. E fui um sortudo  tremendo!

Carlos Pereira Martins


segunda-feira, 27 de abril de 2020

Piscinas do Restelo do CFB - ultimas braçadas na tarde do encerramento já depois de fechadas ao publico !











Espiando o meu Amigo HELDER DE OLIVEIRA. A seu pedido!

O meu estimado amigo e ex colega do Banco de fomento Nacional, Helder de Oliveira,  que reside não muito longe de mim, resolveu desafiar os meus dotes fotográficos e a capacidade do meu equipamento para, com a sua autorização e a seu pedido, o tentar "espiar" na sua residência próxima do estádio do seu clube rival, do Estadio da Luz. Ele é um lagarto convicto, ainda  o hei-de  apanhar a ser comido pelo leão!
Se conseguir andar para trás no tempo fotográfico, talvez o apanhe ainda a Presidir à Carris, sabe-se lá se a conduzir um eléctrico ou o 49 para o meu Restelo tão querido. Mas, gostava mesmo era de o apanhar, com o João Leal, outro colega e Amigo,  nos tempos dos trabalhos do Crédito à Exportação e Crédito à Produção e Venda e Prazo do BFN. Daquela excelente rapaziada das OES de que o Helder era o Director com grande mérito. Abraços para todos, ó Bons Malandros!
Carlos PM








terça-feira, 21 de abril de 2020

Sempre me ensinaram que devia honrar um Valor muito importante, respeitar e ajudar os mais Velhos!

Sempre me ensinaram que devia honrar um Valor muito importante, respeitar e ajudar os mais Velhos!

Seja qual tenha sido a origem deste virus que mudou, esperemos que só por momentos, dias ou meses as nossas vidas, há uma evidência que não pode deixar de ser pensada.

Não sou mesmo nada dado a teorias conspirativas, mas com o devido distanciamento intelectual e sentido critico, as coisas devem ser pensadas com a frieza necessária.

Numa grande parte, as análises alarmistas que vou lendo e me chegam, vêm de quem quer fazer espalhar o medo, o terror e daí tirar as consequências políticas que são sempre as muito apreciadas por quem mais gosta da guerra e do pânico do que da paz e do bem estar de todos.

Mas não se deve rejeitar ser racional e apreciar com isenção.
Penso que muita água irá correr por baixo desta ponte.

Esta pandemia, o virus, pode ter aparecido naturalmente, ou seja, como um fenómeno regulador da Natureza que, em meu entender, tem leis próprias que actuam no sentido de assegurar os equilibrios necessários à vida. Assim acontece com as espécies que se sustentam umas das outras, mesmo com os roedores, repteis e mamíferos. Quando a população aumenta desmesuradamente como tem vindo a acontecer, no passado, surgiram guerras, catástrofes e pandemias. Como a "pneumonica" e outras que acabaram por regular um pouco o que vinha sendo desregrado. Pode ter vindo de qualquer descuido laboratorial, um cientista ou investigador infectado e o controlo perdido. Na pior das hipóteses, pode ter feito parte de planos diabólicos de guerras bacteriológicas e de estratégias de domingo do mundo. Pode, nesta altura, ter sido tudo. Não vou mesmo quase nada por esses tortuosos caminhos, como disse.

Com os fenómenos económicos acontece o mesmo. Sabemos, está comprovado, que a economia se desenvolve com ciclos periódicos de altos e baixos, expansão e depressões económicas.

Mas, o que sobre esta pandemia e o virus pretendo realçar e tornar claro é que este virus e esta "maleita" vem dirigida a um grupo de pessoas muito específico, aos mais idosos.
Está bem que são os mais frágeis, os mais vulneráveis, os mais expostos.
Mas o virus não ataca ou não coloca em perigo os jovens. Os jovens e crianças são até agentes de ataque ao virus, se o apanham, matam-no com os anticorpos que criam.
Nem os de meia idade que se o apanham terão breves perturbações mas que o simples paracetamol resolve.

Muito vinha sendo falado sobre a necessidade de "limpar" a chamada até "brigada grisalha".

O custo do aumento tão rápido da esperança de vida, o envelhecimento das populações, quase por todo o mundo, tornou-se enorme para os Estados, para os sistemas de saúde publica. Os grupos xenófobos e não solidários há muito que reclamam contra o custo de suportar os mais velhos, até os seus próprios pais!

Pois, como penso, muita água irá correr sob as pontes por onde este assunto ainda não explicado vai ter que passar.

Mas que o resultado práctico foi e é reduzir drasticamente os "grisalhos", não há a menor duvida.

O tempo e o conhecimento, fará mais tarde luz sobre tudo isto.
Oxalá.

Carlos Pereira Martins

domingo, 19 de abril de 2020

Não, não estou à altura dos meus amigos e conhecidos.


Há almas caridosas. Há pessoas capazes de tirar a camisa para acudir a um conhecido ou amigo, há mesmo.

Ontem tive que ir à rua e esqueci-me da mascara em casa.
Um enorme embaraço e perigo naquele espaço publico onde me  (des) confinava.

E logo, uma dessas boas almas, boa de alma e não só, penso eu,  veio junto a mim, tirou  uma pecinha da sua roupa, minúscula, bem sei, deu o que tinha,   tapou-me o rosto com ela e eu respirei aliviado e com grande consolo como se no alto dos Alpes ou da Serra da Estrela me encontrasse.

Há gente boa, há gente muito boa e que é capaz de nos dar tudo e muito mais.
E talvez nem me fique mal, que acham?
Abraços e protejam-se, se puderem, tenham a sorte que eu tive!


segunda-feira, 13 de abril de 2020

Sabedoria popular comprovada por evidência cientifica!

Sabedoria popular comprovada por evidência cientifica! 


Nestes dias de maiores dificuldades, ainda que noutros sítios, noutras cidades, noutras regiões, noutros continentes e noutras paragens a situação possa ser, infelizmente, bem pior que por cá, é sempre bom fazer as coisas com critério, escolher e decidir pelo melhor.
Até para tomar uma simples bica, procuro os sítios que, pelo que se diz, pelo que posso ver, me oferecem melhores garantias.
E não há nada como uma ilustração, uma fotografia de que eu tanto gosto, para melhor explicar o que quero dizer.
Cá ficam os exemplos.



Para nós, portugas, não há nada como a sabedoria popular,  fundamentada na   evidência  cientifica, no "ouvir dizer que". Ou também no  "já me disserem  que" !

E, isso, dá-nos alento e aquelas certezas de que tudo é assim mesmo, foi comprovado por este singelo mas muito forte pormenor.

Não será a forma politicamente mais correcta ou conveniente de o dizer, eu sei.
As minhas conhecidas, amigas e, de um modo geral o sexo oposto, ...oposto quer dizer, mais exactamente, aquela metade da humanidade que tem "o sexo aberto", embora com  o tal "reservado o direito de admissão" que na minha juventude aparecia sempre à entrada dos estabelecimentos, cafés e tascas mas que, com a abertura das mentes, e dos corpos, claro, deixou já de se usar.
Pois, essa parte da humanidade que, posso ilustrar como a metade do "sexo aberto",  as Senhoras, minhas conhecidas ou amigas, não gostam que eu use a expressão pormenor. Preferem  quase sempre que use por maior. Vá lá eu entendê-las...!

Essa mesma metade, diz-me a tal sabedoria popular,  alicerçada em evidencia cientifica de "ouvi dizer que", também costuma dizer que a qualidade a que mais valor dá num homem, num ser da metade do "sexo não aberto", nos do coiso ao de-lin-dlau, é a inteligência e o sentido de humor. Isso, mais do que tudo o resto, beleza y compris.

Sou um estudioso, como os que me são mais chegados sabem, destes fenómenos das ciências sociais.
E, claro que lhes digo que acredito. Nisso, no que me dizem, no Pai Natal, nos meninos nos bicos das cegonhas e em muito mais.

Mas, aquelas com quem tenho um pouco mais de confiança e sei que não arrisco que me venham a seguir acusar de as ter querido levar virtualmente para o bed ou para o sofá comprido,  também lhes digo uma coisa muito simples: "dizes isso, porque nunca dormiste comigo!".
Calma, explico, explicito: na mesma casa, no mesmo hotel, na mesma cidade. Não vamos mais perto! Afastamento social, sempre, como o 25 de Abril e a gaivota que voava, voava e ainda creio que continua a voar! Sempre !
Como diz o meu Tio Silvério: "lindo, lindo, lindo...!"

É que, diz a sabedoria já não popular, mais restrita porque, caramba, também não ando nem nunca andei para aí a dormir em todos os sítios onde o povo, esse todo o povo que toma banho só pela Pascoa da Ressurreição, agora está lavado e fresquinho, anda a dormir, diz essa sabedoria comprovada em evidencia cientifica de "já me disseram que",  lá pelo meio da noite, eu costumo perder, quase sempre, o enorme sentido de humor que com a luz do sol vou aparentando ter.
uma sorte, só o perder de noite.
Por isso mesmo lhes digo: “dizes isso porque nunca dormiste comigo” !
E pronto, por hoje já dei a minha, a minha lição, não terá sido pormenor nem por maior, foi o que se conseguiu arranjar dados os confinamentos e o distanciamento social.
Mas foi com muito boa vontade, natural e sem recurso a ajudas Azuis que o meu Belenenses me poderia até tar dado,  terá por lá uma boa farmácia no posto médico, e espero ter satisfeito as almas necessitadas que por mim clamam dia após dia:  "então, quando é que por cá apareces?”,  " Olá Carlos, podes vir?” ,  "então como é, estás zangado com Malta? "

Nada disso, em breve tudo passará e prometo que vos.
Que vos visitarei de novo, que vos abraçarei e que vos darei oportunidade para, cara a cara, facial com facial, me dizerem tudo o que, agora, nem coragem terão  para me escrever.

Eternamente, ... como é que canta o Xico e a Bethânea?
Isso, eternamente. E   "ainda havemos de ser um Imenso Portugal!"
Todo, mas mesmo todo o Mundo ainda o há-de ser, 
sem pretensões imperialistas, claro, just fraternas!

Carlos Pereira Martins
2020.13. 04


domingo, 12 de abril de 2020

A minha história com os coelhinhos da Pascoa !

A minha história com os coelhinhos da Pascoa !
Já faz algum tempo que, certo dia, saí cedo de casa em direcção aos pinhais que ficam lá bem longe.
Levava num alforge muitas cenouras, ainda com rama, viçosas, que na véspera, ao fim do dia, tinha ido arrancar.
Nas mãos, uns sacos com algumas alfaces. Essas, já as tinha ido apanhar logo que naquele dia me levantei, para irem ainda mais viçosas que as cenouras. Cheiravam ainda a um misto de terra fresca e o cheiro pouco intenso mas fresco dos legumes, o cheiro leve da alface.
Logo aos primeiros passos, assim que me embrenhei nos pinhais, senti as bainhas das calças e as botas ficarem molhadas. Nada de estranhar, era a humidade e a água acumulada nas ervas, nos arbustos e nos ramos que ia pisando. Estava tudo ainda molhado antes que apanhassem o sol do meio da manhã que prometia ser bom.
Andei o suficiente para não não ver nem ser visto de fora do pinhal, procurei uma pedra, uma laje plana e mais elevada, sentei-me e pensei no meu plano, no que me levara ali.
Enquanto isso, dei tempo a que tudo o que por ali pudesse andar, ser vivo, coisa que sentisse ou pressentisse, réptil, animal roedor ou ave, se adaptasse á minha presença, se acomodasse e me sentisse como coisa dali ou coisa ausente.
E, aqui chegado à lage, parei. Para pensar em quantos estariam já a ler ou iriam ler isto e já haviam chegaram até aqui. Alguns até continuarão e chegarão mais à frente, outros, a grande maioria, passará por isto como quem, logo pela manhã, desce a calçada perto da rua onde vive, passa em frente da porta escancarada por onde se podem ver peças maravilhosas de ouro cintilante, telas gigantes dos mestres mais apreciados e, ao fundo daquele espaço, uma ampla janela que mostra a vista das montanhas ainda quase cobertas de neve, com ribeiros cheios de águas correntes por entre seixos e calhaus roliços onde corsas, veados, coelhos, podeis e cavalos vão beber, se refrescam e outros parecem estar mesmo num prolongado banho de higiene matinal.
De facto, a grande maioria dos que passam e que aqui chegaram numa leitura rápida, nem deram pela porta escancarada, quanto mais pelo que por ela se podia ou pode ver. Todos esses, continuarão com o passo apressado até ao lugar, a banca do padeiro, onde todos os dias, quase à mesma hora, vão criteriosamente recolher as dez carcaças que hão-de chegar até ao dia seguinte.
Deixei-me por ali ficar, tranquilo, até que o passar do tempo acabou por ocultar mesmo a minha presença. Foi quando começaram a surgir, sem qualquer receio, os primeiros coelhos dos muitos que habitam aqueles pinhais. Coelhos bravos, faço notar.
Já tinha por ali espalhadas algumas das cenouras, começaram a cheirá-las, depois a roe-las e gostaram. E, a seguir a estes, vieram outros. E outros, e outros e mais ainda. A partir dali, já sentiam mesmo a minha presença mas, de mim, não mostravam qualquer receio. Vieram aos poucos mais e mais coelhos, mais e mais grilos, melros e rolas, tentilhões, uma poupa e dois corvos. Acabaram por aceitar a minha presença. Os grilos, começaram num alarido de gri-gris que davam ao ambiente a beleza e o sabor do que é realmente a própria Natureza.  
Os coelhos, como se sabe, são muito prolíferos. As fêmeas estão quase sempre com cio, duas vezes por mês. E o ciclo de fecundação e dar à luz, demora apenas um mês. Copulam vezes sem conta, apenas necessitando de breves repousos para voltar à acção. Já os grilos, são quase iguais. Só não se nota tanto por serem muito mais pequenos, tornam-se por isso muito mais discretos. São, coelhos e grilos, os campeões das rapidinhas.
E, sem perder tempo, visto que confirmei que tanto coelhos como grilos apreciaram e muito as cenouras e as folhas de alface, iniciei com todos eles o meu processo negocial.
Comprometi-me a dar-lhes mais e mais cenouras e alfaces, se eles colaborassem comigo na reprodução e proliferação de outros exemplares que me dariam muito jeito para os meus planos futuros.
Sabia, de guerras passadas, o apreço que certos povos europeus tinham demonstrado por algumas e raras espécies portuguesas, já não consumidas no mercado interno mas ainda assim, com grandes hipóteses, nichos de mercado, nos países do norte da Europa, nos Estados Membros mais prósperos, abstémios, tanto quanto a álcool desde que não seja o das scnhaps, vodka ou brandvijn, como de mulheres, desde que não sejam as das montras do Bairro Vermelho e dos canais de Amesterdam.
Então, o meu plano, o que eu queria mesmo, era simples. Sei do poder prolifero, de multiplicação acelerada, da fecundidade e cópulas constantes e muito produtivas de grilos e coelhos. Vim em busca dessa sua característica para que me pudessem ajudar no meu plano a que nem sinistro posso chamar. Um plano, baseado em atributos naturais de outras espécies, na Natureza, pronto.
E foi assim que cheguei a fazer-me entender, para grilos e coelhos, que eles fariam a proliferação dos exemplares que eu lhes pedia e, eu, seria pródigo, enquanto o trabalho durasse, na distribuição de cenouras e folhas de alface.
O que pretendia eu ?
Pois bem, fabricar em continuo, em fornicação continua de grilos e coelhos, o maior numero possível de exemplares do passado já quase esquecido. Passos de cara sisuda, olhar patético mas a denotar um ódio visceral a tudo e todos que não fossem dos seus eleitos e correligionários, sobretudo aos mais jovens e aos de cabelo grisalho, Cavacos de comportamento estranho, antiquados e bafientos, daqueles que se mostram intranquilos nas cerimonias publicas por não saberem muito bem onde colocar as mãos e que denotam, em todas as circunstancias, um sentimento muito próprio de quem não está mesmo nada bem nem com a vida, nem com os outros e consigo próprio, No entanto, com um convencimento doentio da sua superioridade moral e intelectual, mesmo que os factos e as evidências provem o contrário. Ah, e quereria também umas quantas Marias Luisas, daquelas estilo de "deixem-me cá salvar os milhões que são raros e custam a arrecadar, que dos miseráveis alguém se encarregará ou mesmo que batam a bota, nada será perdido que ME faça falta".
Hoje, vamos já no terceiro mês de execução do nosso acordo e, posso garantir, a produção tem sido excelente.
As exportações vão correndo ao ritmo possivel que os contentores da Maersk vão dando conta.
Entretanto, os países abastados, abstémios e puros do norte e centro da Europa, aqueles que apenas bebem schnaps, vodka e brandjvin e dão rapidinhas regular e periodicamente nos Bairros Vermelhos e nas bordas dos canais holandeses, estão a fazer-me notar que já se encontram infestados, atolados e enojados com as mudanças que os bandos de exemplares importados produziram nas suas sociedades. Já ninguém se importa com ninguém. Os grisalhos, até ali pessoas estimadas, escutadas e admiradas pela sua experiência e saber, passaram a amontoar-se, manhã após manhã, nos reservatórios do lixo para reciclar. 
Os jovens que davam vida ás cidades e aqueciam os ambientes naquelas paragens gélidas, debandavam para países do sul e até para as Américas.
A vida, a sociedade, estavam a tornar-se impossíveis, a desumanização era tremenda, sucediam-se já os apelos das massas por mais solidariedade, igualdade e fraternidade. Tal como na Revolução Francesa, quase se anteviam carreirinhos de Marias Luisas a correr para os cadafalsos, Passos e Cavacos para as guilhotinas.
O povo, as multidões, podem, por vezes, ser levados pelas palavras em moda dos seus chefes, podem dar a ideia que são parvos e insensíveis. Mas, lá no fundo, quando a coisa toca a sério para o torto, mostram mesmo que acordam e fazem valer os seus sábios argumentos e saberes.
Nesta fase, por estes dias, dei ordens a grilos e coelhos que parassem com a produção, com o ritmo da fornicação.
É que, pelo que os povos do norte e os mais ricos do centro da Europa me fazem saber, fornicados, ja se sentem eles com aquele género de exemplares.
Em conclusão, a vida é mesmo uma escola. E, na escola da vida, tudo se aprende, até aquilo que tantas vezes nos parece impossível que venha a ser entendido e absorvido.
Carlos Pereira Martins



Não será bem a história que eu gostaria de contar, nesta Páscoa, aos meus dois netos que não vi nem com eles estive ao vivo! Mas é uma história, dos dias que correm. Ao Nuno e à Maria.


sábado, 11 de abril de 2020

Olhares madrugadores - Alto dos Moinhos, 11 de Abril. 2020


Para quem já tivesse fotografado estes mesmos locais e paisagens, embora à hora mais tardia do nascer do sol.
Para quem já não tivesse mais sono aquela hora da madrugada.
Para quem, ao raiar  da matina,  não tivesse a chave da casa da vizinha simpática capaz de preparar e oferecer o pequeno almoço e bonitinha ( vizinha imaginária, claro; mas a imaginação dá, nestas  ocasiões, uma ajuda preciosa).

Uma alternativa e decisão sensata e saborosa, seria, e foi, voltar a fotografar tudo mas antes do nascer do sol.

E foi isso mesmo que daí resultou e aqui fica para deleite, ..., será que deleite fica bem neste introito  ás minhas fotos? ... de quem, agora, as queira ver!

Saúde, bom confinamento e, não liguem a pormenores clubisticos porque, se isso fosse importante, eu teria ido de aqui ao RESTELO!
Com a certeza de vencer!
Corta Vicente!

Abraços.
Carlos Pereira Martins

 Hospital dos Lusiadas
 Luz
 Colombo


 Estrada de Benfica e Monsanto

 Externato Maristas
 Ó Lua que vais tão alta !

 Escola Delfim Santos, hospital da Luz, Alto dos Moinhos
 Colombo e Estadio da Luz

Colégio dos  Maristas
 Monsanto



sexta-feira, 10 de abril de 2020

Estrada de Benfica, sexta feira, dia 10 de Abril, deste Santo Ano da Quarentena!

Não costumo ser cusco, ouvir as conversas dos outros, muito menos, se acontece porque teve que ser, colocá-las na praça publica.
Há sempre uma excepção que acaba por confirmar a regra.

Caminhava até ao Jardim Zoológico agora num lado da via, num passeio, ora noutro, conforme o fluxo de pessoas. Ia tranquilo à frente de um cidadão que desconheço, ou melhor, já o tenho por aí encontrado.
Ele contava à esposa, presumo, pelo telefone, o que sucedera há pouco.

Atrás dele, vinham duas cidadãs, família ou vizinhas, por certo. E não pode deixar também de ouvir o desabafo de uma para a outra: "mas eu já não tenho um euro na conta, tenho aqui dois euros na carteira e vou comprar pão para ver se com ele vão calando a barriga. Fui ao Banco mas já lá não tinha nada. vinha ali ao Talho do Carlos ver se comprava uns corintos ou alguma carne picada para dar para amanhã e domingo. Olha, vou pelo mesmo caminho e não sei como vai ser !".
O homem de quem eu ia à frente confirmava à mulher que a história era mesmo verdade pois ele tinha ido levantar dinheiro ao Montepio ali ao lado e recolheu o talão da cliente anterior, que era essa cidadã de quem tenho estado a falar e o saldo disponível era de 1,80 euros.
Não levantou, claro. O multibanco não dá moedas!

O cidadão que eu não conheço e ouviu toda a conversa, deixou-se ficar para trás e ultrapassar pelas senhoras, para ver o andar da carruagem. Sim, porque pelo andar, muito se pode ver da qualidade do que lá vai dentro.

E foi então que teve, repentinamente, uma ideia tão exemplar que me levou a fazer de cusco e aqui reproduzir tudo isto.

Disse ás senhoras que,, queria ir ao talho mas tinha muito receio, pela idade e por deficiências de saude com que se confrontava, de se colocar na pequena fila e ir lá dentro. Que lhes propunha se o poderiam fazer por ele e as gratificaria mesmo com 5 euros. Só queria meia dúzia de bifes e 300 gramas de carne picada. E o negocio ficou feito dispondo-se as senhoras a fazê-lo sem qualquer recompensa. Assim foi e a outra ficou próximo dele, cá fora, à espera. Mas bifes, de quais? O que quer?
Que nada, que comprasse como se fosse mesmo para ela, não sabia escolher bem, sequer.

Voltou a senhora com os bifes e a carne. Pagou-lhe e nem lhe falou da gratificação dos 5 euros que lhe prometera.
E, quando ela se preparava para lhe dar o saco do talho com as carnes, o cidadão disse-lhes bom dia, desejou-lhes boa páscoa e saiu disparado Estrada de Benfica fora na direcção do Califa, sem mais voltar a cabeça para trás. Mas ainda lhes disse que tinha, por acaso, ouvido a conversa e o desespero dela.

Momentos bonitos destes dias de confinamento. Seria tão bom que se replicassem por muito mais sítios !
Ou, como diz o meu querido Tio Silvério, da Aguieira, em Viseu, ... lindo, lindo, lindo !!!!!

Abraços. Saúde.
Carlos Pereira Martins


quarta-feira, 8 de abril de 2020

Uma agenda para a Europa, ou para o Mundo

Carlos A Pereira Martins
Former Member / Ex Conselheiro

European Economic and Social Committee  


Uma agenda para a Europa, ou para o Mundo: 
1º- Sentir fraterno; 2º - Sentir Solidário; 3º - Mutualização do futuro possível; 4º Um Plano Conjunto de Progresso e Entre-Ajuda Europeu


Declaração de interesse: são sete horas da manhã do dia 9 de Abril de 2019. E dormi tranquilo, sereno e sem  pesadelos ao acordar.

Pensamos e sentimos, talvez, demais.
Não seria assim se fossemos mais meio termo, um pouco mais mineral e um pouco menos animal. Pensaríamos e sentiríamos, talvez, menos.
E, por esta razão, talvez, sempre a minha falta de certezas expressa neste talvez, quando voltar a ler este texto, sinta que já não concordo com o que agora escrevo. No todo ou, talvez, de novo a falta de certezas, em parte.

Um momento importante na vida politica do dia de hoje foi protagonizado pela Ministra da Agricultura. Quando fez um forte e convincente apelo para que as pessoas, ao contrário da prática dos ultimas semanas de açambarcar enlatados que, na maioria dos casos irão resultar em refeições enjoativas, de sabor duvidoso ou em desperdícios que verão os prazos de valide ultrapassados pelo correr dos dias e dos acontecimentos, passem a comprar e consumir produtos frescos, frutas e legumes, no caso.

É um gesto politico do maior relevo.
Porque significa um impulso que poderá ser decisivo para duas coisas. O renascer de uma parte da actividade económica, dar alguma vida, oxigenar e dar alento aos circuitos de produção agro-alimentar e ao consumo desses produtos, assegurar alguma vitalidade no emprego, e, de outro modo, colocar um travão a algum açambarcamento ou compras à toa de produtos que pouco adiantam a não ser numa situação de total desespero, o que, felizmente, não é, pelo menos por cá e para já, o caso.

Talvez, e de novo esta minha falta de segurança ou certeza no que penso, amanhã já ache que isto deva ser revisto, alterado. Hoje, penso que as saídas, na Europa e no resto do Mundo, também, só poderão ser encontradas com êxito numa base de entre-ajuda, de muita solidariedade activa e de renuncia dos egoísmos que por muitos sítios se têm visto.

Mais do que um Plano Marshall para a Europa pós virus, será necessário um Plano Marshall, talvez por isso agora seja mais apropriado chamar-lhe um Plano Universal, baseado nessa entre-ajuda e solidariedade activa com renuncia clara dos impulsos egoistas e egocentristas, mas para todo o Planeta.

Hoje, sem certezas, repito, acredito que do ponto de vista epidémico, da saúde, as coisas se vão recompor e mais breve do que se esperaria há uma ou duas semanas. E em grande parte do globo.
Mas haverá situações que poderão vir a complicar-semuito. Mesmo do ponto de vista sanitário, claro. Exactamente pela falta estrutural desses requisitos solidários e de entre-ajuda, de alicerces sociais , de fragilidades dos sistemas sociais e de acesso à saúde e aos bens essenciais pela esmagadora parte da população, em caso de grande catástrofe como a que se vive.

Na visão que mais desejo, passaremos por enormes situações de crise económica, financeira e social. Mas, a pouco e pouco, tudo se irá normalizando. A muito pouco e pouco. Os cenários mais prováveis serão de crise e acompanhada  de enorme recessão e  depressão.

Terá que haver bom senso e muito tino para não juntar no cadinho um conflito militar  mais generalizado, o que tornaria tudo ainda mais complexo e duvidoso do ponto de vista da esperança tão necessária  e determinante.
Acredito que a verdade dos dias que correm estará algures bem guardada nos núcleos mais restritos e seguros dos mais fortes Serviços Secretos. E de lá não poderá sair sequer pitada. Para que um cogumelo gigante não se erga nos céus mais azuis e promissores deste  planeta amedrontado.

Mas há outros cenários, de economias até agora muito prosperas, dominantes, continentes inteiros que se acreditavam imunes à pobreza e caos generalizado, e que poderão não ter hipótese de o evitar. E pior se pode ainda recompor este puzzle. Mas, nisso, nesses cenários catastróficos e de desgraça, não quero nem falar nem ouvir prognosticar. Não significa que seja menos consciente que os demais, apenas para não trazer maus agoiros e não  vir perturbar a Esperança,  ela  que é tão necessária!

Esperança  tão necessária  como a existência de fortes e decididas lideranças europeias e mundiais, precisam-se em absoluto. Tanto como uma decisão urgente no sentido apontado da solidariedade e dos valores fraternos da construção europeia se precisa de uma decisão unanime do Eurogrupo quanto ás emissões de Divida Conjunta ou de um Plano Marshall que agora deverá esquecer o nome do seu predecessor e deverá ser um  Pano de Progresso e Ajuda Mutua Europeu.

Mas, reconheçamos, faltam lideranças, faltam Churdhills, Rooselvelts,  e De Gaulles.  Ainda se não fabricam em impressoras 3D !
O mais parecido com estes de que se dispõe, presentemente, na Europa e no Mundo, chama-se Antonio Costa e é Primeiro Ministro de Portugal. É a versão de Estado, das salas de concerto das grandes  orquestras sinfónicas, de musica e ambientes clássicos. E há, no entanto, uma versão também eficaz e que se quereria também replicavel, versão mais de consumo popular, de fácil acesso pelas populações, que leva conforto generalizado tal como o faz a aspirina, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. 

Creio, e não vou prosseguir com uma oração católica apesar da época pascal, no poder da musica e das palavras apropriadas nos corações de cada um de nós.
Voltando quase ao princípio, afinal, também nenhum homem ou mulher é só mineral. O sentir animal, a emoção,  conta e conta muito decisivamente, quase sempre.

Se eu fosse o Dr Mario Centeno, começaria o próximo Eurogrupo sem palavras, sujeitava toda aquela gente dos diferentes Estados Membros a uns minutos bem prolongados de audição da musica da Carmen, de Bizet, cantada pela Maria Callas.
E insistiria por largos minutos, ate que fosse bem interiorizada e se tornasse visível nos rostos mais fosseis, mais mineralizados. 
Não creio que esses minutos de audição da musica da Carmen e a voz de Maria Callas  não tivessem um impulso decisivo no despertar do que de solidário há com toda a certeza, aqui tenho certezas, nos corações de todos e cada uma das pessoas. Não uma Tosca, de Pucinni, que essa é mais de morte e cinzenta, a Carmen!

Claro que sei que há e haverá sempre uns quantos que, à custa de comprimidos ou já por deformação  dos aurículos, dos  ventrículos  e  das coronárias, se mostram distraídos, ou preferem fazer-se  longe da realidade e das fragilidades que os e nos rodeiam. Mas, esses, são franjas marginais. São  marginais em todo o sentido.

Depois, colocaria as propostas de novo na mesa. E. só depois, a votação. Voltando a frisar a importância do momento e a necessidade do sentir solidariedade, Just now!

E, talvez, para que esta Europa e este mundo possa reencontrar um caminho para um futuro que não será certamente aquele para onde nos dirigirmos, mas poderá, de certa forma, até vira a ser melhor, mais consistente e humano,  a Carmen, a voz da diva e o sentir de cada coração ali chamado à realidade e esquecendo egoísmos e agendas de poder pessoal  ou de grupos, pudessem vir a resultar.
  

O exemplo dado na manhã passada pela Ministra d Agricultura portuguesa, o incentivo à retoma da vitalidade dos circuitos mais simples por onde tem que voltar a correr o sangue que fará bombear e bater ritmado o coração das economias, alicerçado nos pressupostos que enunciei para o Plano de Progresso e Entre-Ajuda Europeu, tem que ser o ponto forte da agenda europeia já para hoje.

De contrário, mesmo sem o querer fazer, estarei a refazer este texto brevemente e com os cenários e narrativa que hoje nem por sombras quero tocar.
O assunto é sério, os dias tornaram-se de chumbo, as soluções de verdade muito prementes, a urgência tão necessária e actual como a solidariedade, o sentir fraterno, a mutualização dos nossos futuros colectivos. Todos eles.

Carlos Pereira Martins
(Economista, 9 de Abril de 2020)