segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Camaradagens e outras aragens !


Le Tour de France  2020

Não viria a público com isto se  não tivesse na memória, de tempos passados, cenas muito semelhantes ou quase iguais  da mesma proveniência.

Gosto muito de ver ciclismo, na estrada, ao vivo, quando não tenho essa possibilidade, pela televisão, as grandes Voltas. Aí, com a vantagem de poder ver com pormenor as magnificas paisagens, monumentos tudo o que rodeia o ciclismo.

Esta manhã colei-me ao televisor, a um canal de desporto que transmite as etapas do "Tour"  desde o inicio.  Só a partir das 14 horas posso sintonizar a excelência, a qualidade dos comentários do João Pedro Mendonça e do Campeão Marco Chagas, no Canal 2.

E, de repente, fui sacudido pela aragem desconfortável de uma camaradagem de que não gosto e penso que não se faz.

Ver e ouvir num ou no outro destes dois canais é o verso e o reverso de uma medalha, o dia e a noite, o "feu vert e o feu rouge" se as expressões derem para melhor me fazer entender.

Estavam três profissionais, colegas, camaradas como dizem os militares e jornalistas a comentar a etapa de hoje, por  volta do fim da manhã. Ao contrário do outro canal da excelência, neste, o ambiente costuma ser  quase de  recreio de escola, muito descontraído e de picardias reciprocas.

Mas, a certa altura, um deles fazer uma afirmação/comentário  e lançar a pergunta para os outros dois colegas  "não é Olivier e fulano tal ? "  , deixar ouvir o silencio,  concluir alto e bom som "pois é, estão  distraídos !" e  anunciar  logo um intervalo,  não é bonito e não se faz, em meu entender.
Dou de antemão a possibilidade que não tenha sido maldade pura, só falta de sensibilidade.

Mas, logo que as 14  horas chegaram, mudei-me para a RTP 2 que o mesmo é dizer João Pedro e Marco Chagas.

CPM - adepto e consumidor de desporto velocipédico.


domingo, 30 de agosto de 2020

São muitos os Sábios e Comentadores que babam ciência e sabedoria sobre tudo e mais alguma coisa que venha à rede. Mas os simplórios, os humildes ou os servos da gleba, também têm opiniões !





São muitos os Sábios e Comentadores que babam ciência e sabedoria sobre tudo e mais alguma coisa que venha à rede. Mas os simplórios, os humildes ou os servos da gleba, também têm opiniões !


Uma pequena achega  de  um cidadão comum sobre um assunto que tem sido muito visto, falado e comentado, a brutalidade policial sobre negros aparentemente indefesos e que já culminou mesmo em assassinatos.
Um assunto tal como o da destruição de estátuas e símbolos, já muitos dizem que "enjoa".

Não vou deter-me a qualificar  aqueles actos, a qualificar ou tecer  opiniões jurídicas e éticas sobre todos esses casos.

Mas, como os não sábios, não comentadores mas apenas  humildes cidadãos,  pacatos desconhecidos como é o meu caso,  têm inteligência e cabeça para pensar, gostaria de não repisar no que se tem dito e justamente redito e condenado, mas acrescentar um outro pormenor que não tenho visto evidenciado nem por quem tudo sabe nem pela comunicação social.

Refiro-me ao  importantíssimo efeito de cópia e também à banalização desses actos.

Receio muito seriamente que  todo este circo repetitivo, onde muitos se aproveitam para se mostrarem e vestirem o manto  de lideres da justiça étnica, social e dos direitos humanos,  de se fazerem ter a visibilidade que tanto anseiam e de outra forma nunca conseguiriam ter,   e  crie um efeito não só de banalização desses crimes como, em certas áreas das forças policiais e paramilitares em muitos países pelo mundo fora de "estão a ver?, então e nós, não somos tão bons,  capazes e corajosos como os nossos colegas ?"
E muito disto se possa replicar mais ou menos impunemente por outros países.

O efeito de cópia e de tentativa de ultrapassar, mesmo pela negativa, o que  outros possam fazer, parece ser quase intrínseco a muitos exemplares da nossa espécie humanoide.
Por isso mesmo, todo o cuidado é pouco quando se trata, opina ou comentam situações, cometimentos, crimes e horrores desta natureza.

Os sábios, pelo que tenho visto e ouvido, não valorizam estes aspectos.
Mas, como os servos da gleba, os mais ignorantes, têm direito à sua opinião, cá fica a de um deles.





quinta-feira, 27 de agosto de 2020

As Ordens Profissionais - As Ordens Profissionais actuam com poderes delegados pelo Parlamento, única e exclusivamente para “regular o exercício da Profissão”,





Escrevo  com  muito conhecimento de causa.

Presidi  durante quase  uma década, à Comissão Executiva do Conselho Nacional das Ordens Profissionais, o chamado Conselho de Bastonários.
Já antes, na década  anterior, tinha integrado  o Conselho Nacional das Profissões Liberais, que  antecedeu  o Conselho Nacional das Ordens.

Conheço, pois, como as minhas mãos, a historia das últimas décadas de cada Ordem Profissional, as especificidades de cada uma das Profissões Reguladas e o quadro legislativo e normativo  que as regula e lhes confere poderes delegados pela Assembleia da República, agora, através da  nova  Lei-Quadro das Ordens Profissionais.


Ser Bastonário,  era, nesses tempos,  uma distinção  muito importante. Sempre, pessoas e  profissionais  da maior competência, pessoas integras e dispostas a exercer cargos e mandatos   sempre pro bono, que os Estatutos impediam qualquer remuneração aos dirigentes e Bastonários.   Movimento associativo  na sua pureza.

Passaram  "por mim"   Bastonários como  Pires de Lima, Germano de Sousa,  o Enfermeiro Germano Couto, a Enfermeira Maria Augusta de Sousa, Maria Irene Silveira, Pedro Nunes, José Manuel Júdice, Rogério Alves, Marinho Pinto, José Manuel Silva, o Prof. Carlos Ribeiro, Maria de Jesus Serra Lopes e Castro Caldas nos Advogados  e  muitos outros.

Sempre, mas sempre mesmo,  foi observada  com  todo  o rigor   uma regra simples mas essencial  ao funcionamento e entendimento de todas as Ordens e Profissões naqueles fóruns comuns.
A regra que  distinguia completamente as Ordens dos sindicatos de cada profissão e outra que impunha que ao Conselho  apenas interessavam  os pontos, aspectos e assuntos transversais a todas as Ordens e Profissões. Se assim não fosse, dadas as especificidades e diversidade de todas elas,  não haveria entendimento  e dialogo possível.


Por isso, vi  com  muito agrado  a passagem  como Bastonários de pessoas que vinham  directamente do movimento sindical, dos sindicatos, como o Dr.  Pedro Nunes nos Médicos e Maria Augusta de Sousa, nos Enfermeiros, para dar dois exemplos agora muito elucidativos.

E, nunca por nunca,  qualquer destas pessoas, Bastonários,  misturou  os respectivos papeis. Uma vez Bastonários,  foram  sempre os assuntos e matérias relativos ao exercício das respectivas profissões, para os quais tinham poderes delegados pela Assembleia da República,  que  os norteou.

Vejo, pois, com  grande perplexidade  e  enorme  tristeza, pelo manifesto mal que causam a prazo ás respectivas Ordens e Profissões,  as intervenções públicas de Bastonários recentemente eleitos, como no caso dos Enfermeiros e dos Médicos,  a promiscuidade  de  actuação  previlegiando  a  política pura e dura e a esfera sindical  em detrimento  das questões referentes ao exercício da profissão.

As Ordens Profissionais  actuam com poderes delegados Pelo Parlamento, única e exclusivamente para “regular o exercício da Profissão”, cada uma delas.  Assim, sendo que uma Ordem  ultrapasse ou desvirtue esses poderes delgados pela Assembleia da República, o Parlamento  poderá  a todo o momento  retirar as competências a essa Ordem, que mais não é que uma associação publica.

NÃO  É POIS ADMISSIVEL QUE UMA ORDEM  OU UM SEU BASTONÁRIO   apareça publicamente com uma capa que  aparente não ser a figura institucional de Bastonário,  a imiscuir-se na política pura e dura, encomendando pretensas auditorias, relatórios e pareceres ou  mesmo nas questões sindicais da profissão  ou  a  angariar  fundos  para questões que ultrapassam  a sua função de regulador  e verificador  das competências dos profissionais para exercerem  aquela e só aquela profissão específica.  Uma vez empossado Bastonário, é-o  a todo  o momento e em todo o lado, não é possivel  despir as competências e funções institucionais. 



Confesso  que,  nos tempos mais recentes,  tenho sentido  uma enorme tristeza   na constatação  de que  os pressupostos que enunciei  para as Ordens e os Bastonários  não  são  agora observados. 

Lamentável, penso até que ilegal à luz da Lei Quadro das Ordens Profissionais.  Desvirtuando-se e confundindo-se os papeis e actuações, haveria lugar, penso, a que fosse revista ou retirada, nesses casos, a delegação de Poderes atribuída pelo Parlamento.

A credibilidade e honorabilidade de um Bastonário, desses tempos idos,  não  se compadeciam  com  a mistura  nas lutas políticas.  Um Bastonario  desses anos, entendia e cumpria  que representava profissionais ideologicamente situados em todo  o espectro politico. Por isso mesmo,  deixavam a política aos Partidos  e dessa forma  adquiriam maior  independência,  credibilidade  e maior  poder negocial  e representativo  para as Ordens,  para  as  respectivas  Profissões Reguladas.


Carlos Pereira Martins

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Entrega do Prémio literário Vergílio Ferreira - Gouveia, 8 de Agosto de 2019


A entrega do prémio literário Vergílio Ferreira 2020, foi  atribuído ao escritor João José Afonso Madeira. A sessão teve lugar na sala da Assembleia Municipal de Gouveia, no edifício dos Paços do Concelho, e a obra premiada, “Senha Número Trinta e Quatro”, foi apresentada por Alípio de Melo, presidente do júri.
O vencedor, Afonso Madeira, é  natural do Ferro, concelho da Covilhã.
Antes da cerimónia houve um almoço de amigos e entidades da Camara Municipal de Gouveia, o escritor e a esposa, o Editor Antonio Baptista Lopes ( Ancora Editora) e o Dr. Alípio de Melo, presidente do júri. Deram-me a honra de com els conviver e aprender sobre Virgilio Ferreira. Visitamos em Melo a casa do escritor ainda sem remodelações.




 O editor Antonio Baptista Lopes e o autor Afonso Madeira

 Entrega do prémio pelo Presidente da Camara Municipal de Gouveia


 A casa de Vergilio Ferreira em Melo (Gouveia)


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Sobre os "bunkers" para evitar ser apanhado no Apocalipse ! "Apocalipse Later" !

Já um filosofo dizia e teria descoberto que as doenças contagiosas   “só”  apareceram depois de o homem começar a viver em sociedade! Pudera.
Mas também já a Lili Caneças disse que  “estar vivo é o contrário de estar morto”  e o próprio Dr. Alves Macedo, disse da sua cátedra que  “esta nova terapia vem trazer  muita esperança a todos aqueles que têm  morrido anualmente“  e o colega Dr Joaquim Infante do H. Sta Maria garantiu que  “ela contraiu a doença em vida” !

Portanto, se duvidas houvesse sobre o nosso altíssimo estado e grau de ignorância, convencimento e capacidade para dizer disparates, mais não seria necessário escrever ou investigar.


O que na espécie humana noto que está muito mais desenvolvido é a habilidade para  qualquer um se fazer notar aproveitando exactamente a ignorância e estupidez que creio ser natural, de grande parte dos  outros, pacatos cidadãos, os  seus compinchas!
E, em paralelo, a capacidade para aproveitar  estes nichos de mercado  talhados pela estupidez e ignorância para  se fazerem ouvir, publicar e pretensamente e convictamente deixarem a “sua marca para a posteridade” .

Não já em paralelo pois que a curva é em sentido crescente e muito acentuada, é a capacidade para à custa da ignorância de muitos, uns muito poucos fazerem dinheiro, vultoso, com isso mesmo.

E, quanto a abrigos para o apocalipse, “ Apocalipse Now" ou mais tarde?,  ficamos conversados.
Abraço e boa siesta.

À  las cinco de la tarde,  quando o matador apontava a ponta da sua espada e se despojava da muleta para desferir a estocada final!


Com esta me confesso e  ofendo até à raiz dos cabelos  das sobrancelhas e mesmo os próximos das virilhas, os meus amigos in amigos da Fiesta!

Olé Rapaziada!
Carlos PM