No final da Segunda Guerra, o meu avô paterno que vivia em Bodiosa, uma localidade entre Viseu e São Pedro do Sul, comprou em Viseu a Quinta da Aguieira.
Chamavam-lhe a "Quinta do Banco" pois os anteriores proprietários tinham-na hipotecada a um banco, suponho que o Banco Agricola e Industrial Viseense, a instituição bancária que servia esta região da Beira Alta. Tinha mesmo sede na cidade de Viseu.
Na quinta há uma capela, pequena mas com um santo padroeiro que sempre deu o nome para as Festas da Aguieira que se realizaram por muitos anos.
O santo é o Santo Antonio da Aguardente, desconhecido pela grande maioria das pessoas, mesmo pelos católicos.
E é esse testemunho que hoje aqui deixo.
Ao lado da nossa capela há uma tília centenária onde a minha avó materna, que ficou viuva com cinco filhos muitíssimo cedo, sendo embora uma senhora que geria a quinta e a ela se dedicava a tempo inteiro, todos os dias, nesses idos anos 50, 60 e 70, sempre recebeu diariamente o jornal O Primeiro de Janeiro que o maquinista do comboio da Linha do Vouga que passava aqui mesmo ao lado da quinta que se situava junto à estação de Viseu dos caminhos de ferro, atirava do comboio para o chão e havia sempre alguém que o ia recolher e levar à minha avó e madrinha. Nos meses de verão, lia o jornal depois de almoço, à hora da sesta, debaixo da titia centenária. E eu muito brinquei com os amigos também à sombra desta titia.
O portão de entrada na Quinta da Aguieira e o painel que saúda quem chega
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