terça-feira, 22 de março de 2022

Velhos são os tempos, a razão persiste, Nuclear, NÃO, obrigado !

 

Quem viveu os aos logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, por certo se recorda das inúmeras manifestações contra o nuclear, das inúmeras discussões, das posições públicas e da quase guerrilha ideológica que o assunto, o recurso à produção de energia por centrais nucleares, motivou.

Nesses anos, décadas de 70 e 80, o tema estava não só em cima de todas as meses, preenchia a agenda política, como, em termos muito simplistas, dividia as pessoas, sobretudo a juventude que, pela caud+sa militavas fortemente, em dois blocos. Os de esquerda que diziam "Nuclear, não, obrigado" e os de direita que se mostravam receptivos ao nuclear.

Mais tarde, com as ameaças de destruição do planeta por força dos combustiveis fósseis,  recordo perfeitamente as inúmeras discussões em participei em Bruxelas, nos Grupos de Redacção de Pareceres do CES Europeu sobre as energias, pertenci à Secção TEN do Conselho , Tecnologias e Energias durante alguns anos. Era por aí que as discussões e os Pareceres passavam. 
Recordo perfeitamente os argumentos de Colegas da Alemanha, Suécia, Bulgária, e outros Estados Membros, que comigo integravam esses grupos de elaboração de Pareceres sobre energia, que eram até mais conhecedores, tecnicamente e teoricamente do que eu era e sou, professores universitários, físicos de renome, estudiosos e antigos administradores de centrais nucleares, que argumentavam que a saída ideal teria que passar por um misto de soluções de produção energética onde o nuclear tinha um papel fundamental.  Recusar o nuclear por razões ideológicas seria estupidez pois essa seria a boa solução para o futuro de todos nós.

Confesso as minhas culpas sentidas por algumas atitudes e "crenças" de juventude, quando se tem a ideia que emos soluções para a salvação e futuro da humanidade, para mudar o Mundo, e agora, com muito mais anos vividos e vida passada, se nos afiguram naipes e ingénuas algumas "verdades" tidas por absolutas.
Mas, como em tudo há excepções, vejo agora, com o evoluir  não desejado desta guerra, com os perigos já corridos de desastres nucleares, com as centrais e, sobretudo, com a enorme ameaça que se adensa como uma nuvem negra de participação da NATO no conflito e a probabilidade de um conflito mundial, de uma Terceira Guerra Mundial que, a acontecer, nada terá a ver com os horrores das duas precedentes mas deverá ser o fim da humanidade, uma guerra nuclear sem vencedores nem vencidos, sinto na verdade as razões e a consistência da juventude do meu tempo que não se cansava de gritar:

Com muita razão, e o exemplo ainda quase recente de Chernobil bem o demonstra, as populações foram-se opondo com muita razão à construção de centrais nas suas imediações.




Agora, como outrora, Nuclear, NÃO, Obrigado !
Que é o mesmo que gritar, Pela Vida, Viva a Vida,  Não à nuclearização dos conflitos armados, salve-se a Humanidade!

Carlos Pereira Martins
 



Sem comentários:

Enviar um comentário