quarta-feira, 9 de março de 2022

Já me custa falar ou ouvir falar da Ucrânia, a sério.

 Já me custa falar ou ouvir falar da Ucrânia, a sério.

Ligo um televisor, um rádio, abro um jornal ou mesmo sem o abrir, logo na capa, tenho Ucrânia.
Bom, mas a guerra é a guerra e dizem os crentes "Deus nos livre dela" ! Os agnósticos e os ateus dirão o mesmo mas com outras palavras, ou ainda, o que dá mais força pois retira-lhe qualquer ponta de folclore politico ou religioso, dizem o mesmo SEM PALAVRAS.
Mas, o que é facto, é que, com isto, já criei uma excepão à minha determinação de não poluir mais as comunicações, falando eu da Ucrânia. Está feito e, então, aproveito este balanço.
Liguei há pouco para Kiev. Atendeu-me, a nossa amiga que trabalhou cá em casa uma meia dúzia de anos e regressou a Kiev há já três anos. Regressou com o marido. A filha, visitou-me em Kiev e é professora na universidade de Kiev. A nossa amiga e o marido permanecem ainda hoje em Kiev, na sua casa e não querem sair. É o seu "ninho" de sempre e se tiverem que acabar ali, assim será. A filha vai a caminho da Roménia com o filhote e marido. Que tenha sorte e que viva!
Tenho-lhe falado algumas vezes e fico contente por os saber vivos mas muito inquieto, ao mesmo tempo.
Há pouco, vinha a conduzir e a pensar na chamada que acabara de desligar.
O meu sentimento era que daria boa parte do que tenho e posso dispensar sem colocar a minha subsistência em risco, a actual, claro, o futuro ninguém sabe como será, do que precisarei do pé de meia que tenho, para tirar da guerra e do sofrimento aquela gente boa.
E acabei por aportar aqui, nesta conclusão:
se as pessoas fossem capaz de mudar alguns valores e, muito em especial, passar a gostar mais de pessoas do que de dinheiro ou bens materiais, seria, a meu ver, o caminho directo para a PAZ.
Não só entre russos e ucranianos, mas em todo o lado.
E, claro, a enorme dose de hipocrisia que todos os dias nos bate na cara, ou nas trombas, como dizia o meu avô materno, também "iria À vida", como dizemos nós.
Pronto, não falarei mais sobre a Ucrânia. Quando falar, falarei apenas de pessoas. São elas os verdadeiros sofredores, os protagonistas, os que morrem ou ficam, os que me merecem sofrer ao pensar neles.
Que viva a VIDA e os que fazem a guerra, ali e em tantos países, em Africa, na América Latina, em todo o sitio, nos deixem de vez o mais rápido possível.
Carlos Pereira Martins



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