HOJE É O DIA DO POSTIGO !
Gosto muito do termo postigo !
Há muitos anos, a maioria das casas tinham nas portas uma pequena portinhola por onde se espreitava para ver quem vinha e se perguntava ao que vinha, o postigo.
Depois, tudo se modernizou e o postigo deu lugar aqueles pequenos orifícios, incrustados, o chamado óculo por onde se podia ver discretamente quem estava à porta e até, caso não fosse conveniente, fazer de conta que ninguém estava em casa.
Mais tarde, quase se generalizaram os video-porteiros, que permitem ver imagem e ter som, comunicar. E aí virão dentro em breve aparelhos que permitirão tocar, apalpar e ter a certeza de quem se trata. Não seja um mascarado a fazer de conta que é um conhecido qualquer.
Gosto mesmo da palavra e daquelas recordações.
claro que bem cedo, ia eu para Santos, para a Barraca dar uma ajuda informática ao amigo Hélder Costa e ...zás, ...! dou com a já também amiga Storiadora, ali ao cimo do arque Eduardo VII.
Que sim, que está contente e a partir de hoje vai passar também a trabalhar ao postigo. Como todos.
Isto do postigo é coisa já muito batida no estrangeiro, cá é que não era ainda utilizado na economia.
Chamam-lhe eles, lá fora, na estranja, o GLORY HOLE ! Postigo, pois claro.
Quem não souber ou não esteja familiarizado com o termo inglês, aconselho que vá ao google, à internet, escreva Glory Hole e vai ficar a saber tudo, tudo, tudo! Vão ver.
É um buraquinho ou vários, na parede do escritório de trabalho onde aparecem passarinhos ou passarinhas. O cliente, promitente comprador e utilizador, escolhe aquele de que mais gostar, serve-se e toca a andar.
Com a vantagem de se servir e ser servido sem ver o vendedor e sem que o vendedor lhe veja a cara.
Em Portugal, podemos deixar ficar para a história que foi Antonio Costa e o seu Governo, quem introduziu de novo na economia o velho e esquecido postigo.
Agora, tudo vai funcionar mesmo "ao postigo" !
Lá fora, o postigo não tem pai, ou fundador, ou inventor, faz parte da industria também chamada " a mais velha profissão do mundo !"
A Storiadora estava delirante, que agora é que o negócio irá render.
Eu, como economista que sou, deixo apenas esta ingénua pergunta: ser que a economia portuguesa e, em particular, o comércio, se irão transformar numa imensa rede de bordeis?
Mas, claro, Viva o Postigo !
Carlos Pereira Martins
( Cidadão fascinado pela cusquice de espreitar ao Postigo )
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