sábado, 11 de setembro de 2021

Minha mãe - Décimo quarto aniversário

 Querida Mãe, nunca me deixes!

Foi já há 14 anos, num 11 de Setembro e felizmente não terás sofrido, foi fulminante, ao jantar.
Eu vinha no ar em voo de Bruxelas e, não por ser 11 de Setembro porque sempre falavamos pelo telefone antes dos meus embarques semanais, ligaste-me antes de embarcar e recomendaste-me "cuidado no voo"! Como sempre me recomendavas. Cheguei e já tinhas partido.
Tem piada pois somos agora dois idosos, tornei-me também membro do vosso "Clube dos Experientes da vida".
Faço por manter os Valores que agradeço muito me terem os dois passado e um deles foi mesmo respeitar os "velhos" e também por isso mas sobretudo por amor de filho, fez com que tivesse cuidado de meu pai o melhor pude até aquele 18 de Setembro de há dois anos, quando também partiu. Tu a 11 e ele a 18 com treze anos de diferença.
E faço por gostar e bem tratar todos os que são como nós, Nem excepcionais, nem famosos ou nem os ignorados e tidos por sem importância, simplesmente "os normais", como todos somos !
Como gostava que tivesses pegado ao colo na minha neta Maria, como ainda pegaste no meu bisneto Nuno. Tens dois bisnetos, irias ter adorado todos esses momentos !
Essas novidades chegarão aí? Não faço ideia, não tenho certezas nem deixo de ter a esperança que possa algo assim ser.
Ter fés a mais, certezas no que é desconhecido e não está ao alcance da minha inteligência, levam certamente a irracionalidade e a sentimentos e convicções vazias.
Não quero com coisas sérias fazer representações públicas !
As minhas dúvidas talvez me permitam estar mais perto da verdade. Alguns gostarão de me apedrejar por isso, nada posso fazer a não ser viver com respeito por todos.
Já vai longo o meu postal.
Junto as vossas fotos, os meus pais, os meus Queridos pais que já partiram. No jazigo deixei flores já há dias antes de viajar, como as que sempre houve no jardim de uma Senhora que felizmente foi quem me deu ao Mundo. E uma foto de um Setembro anterior em que as Torres do teu medo ainda estavam de pé, como as árvores, que morrem de pé!
Beijinhos para os dois e até breve.
Esta "coisa" passa tão depressa, ou será que tudo é em simultâneo? Mais uma dúvida.
Tens um filho que de tudo nada sabe. A não ser que gosta e sempre gostou tanto, tanto, tando de Ti !







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