segunda-feira, 14 de setembro de 2020

OPINIÕES



Tenho um certo orgulho na atitude que sempre mantenho, e faço-o já sem esforço,  de respeitar as opiniões diversas que me chegam, por vezes diametralmente opostas aquelas que eu possa ter.
E, só depois, tento analisar as razões de quem pensa de forma diversa. E, se acho que as minhas poderão contribuir para fazer pontes entre "extremos", torno-as publicas.

Por vezes custa-me, outras vezes não consigo mesmo chegar a entender o que motiva certas raivas, ódios, comentários e mesmo insultos a pessoas que de longe não os mereceriam, muitas vezes até diria "pelo contrário".

Li hoje escrito por mais do que uma daquelas pessoas que neste tempo de tecnologias muito avançadas começamos a tratar por amigos, um comentário sobre a Directora Geral de Saúde que me deixou perplexo. Ainda faço a diferença, deixo passar mas, para mim, amigos ou Amigos são outra coisa.

Claro que entendo a forma como ao longo do tempo, da vida vivida, da posição de cada um dos nossos pés no chão que pisamos, do meio social e politico que nos rodeou desde o acto da gestação, o nosso pensamento e posicionamento ideológico foi formado.

Concretizando o exemplo que motivou estas linhas, escrevia hoje alguém, seguiram-se  escritos muito parecidos de "outros alguéns", todos me vieram parar por todos serem "amigos"  de "amigos meus", que é inadmissível, é de uma incompet~encia atroz, que já deveria há muito ter sido demitida uma pessoa  que cheguei a dizer na televisão que usar mascaras faz mal. E referia-se à Dra.  Graça Freitas, passando a atribuir-lhe a ela e à Ministra da Saúde, outros exemplos de ignorância logo seguidos de pomposas ofensas pessoais como "bruxas" e quejandos.

Uma afirmação prévia de minha autoria: mas é claro que ter uma mascara na cara que obriga a respirar ar que já foi espirado, ainda que pouco possa sr, faz mal, ou bem não faz. Só fará bem no sentido da prevenção, claro. Mas de facto FAZ MAL! Antes não fosse necessário.

Também entendo a luta política e o que a motiva, os interesses materiais,  financeiros, industriais e outros, ora se não entendo... , e bem vejo como cá, na Europa tão União mas tão diversa, nos Estados Unidos da América, Brasil e noutras paragens, as forças que se julgavam afastadas da possibilidade de repetirem as atrocidades que no inicio do século XX tentaram em duas guerras generalizadas impôr à humanidade, estão já de pulmões bem cheios de ar venenoso e ansiosos de o expelir logo que o possam fazer.

Quanto ao tema de Graça Freitas, usar essa sua afirmação ou comentário nesta altura, nestes dias, com a experiência que tivemos todos que adquirir e aprender por nós próprios, é impróprio.
Apetecia-me qualificar de desonestidade intelectual  e talvez não só. Não o faço porque não conheço suficientemente as pessoas que li para o fazer em consciência.
Poderá ser apenas falta de educação, de cultura, de conhecimentos, de saber viver e sociedade respeitando todos os que respeito mereçam, poderá só e apenas ser um escape psicológico para soltar as angustias, as raivas, os medos e as revoltas que toda eta situação com que fomos brindados e que, para quem professe alguma fé, não importará saber que religião, significará que os deuses do amor, da bondade por todos os homens, foram mais uma vez pelos deuses dos ódios e das vinganças, pelos demónios.

Neste processo do CIVID, não há certezas, não há quem possa garantir o amanhã, a cura, a mezinha ou o que quer que seja.

Usar a afirmação quanto ao uso de mascaras feita numa fase em que muito menos do que hoje ainda se sabia, as mascaras eram um bem só ao alcance de quem tivesse bons contactos na industria e dinheiro nas contas, em que de país para país, de centro de investigação cientifica para outro centro de investigação as opiniões eram divergentes ou opostas quanto ao uso da mascara fora das situações de  doentes infectados para prevenção dos outros e de si mesmos, será no mínimo significado de malvadez, ignorância e falta de princípios.

As coisas, o que se diz, escreve ou faz tem um tempo em que é feito. E esse tempo corresponde a um determinado estado do conhecimento disponível. Tudo tem que ser contextualizado.

Reparem que não me cumpre nem quero passar por defensor de Graça Freitas. Nessas matérias não tenho sequer competência.

À Dra. Graça Freitas e a quem a rodeia, bem como aos milhares de Agentes de Saúde que na hierarquia se colocam abaixo dela, só tenho uma coisa a dizer-lhes:

MUITO OBRIGADO, BEM-HAJAM !

Carlos Pereira Martins
(cidadão português no pleno uso dos seus direitos de cidadania)

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