sábado, 2 de outubro de 2021

ELEIÇÕES NA ORDEM DOS ECONOMISTAS !

 SÓ FAÇO CAMPANHAS PELE ÉTICA E COM OS ARGUMENTOS DA EDUCAÇÃO QUE FELIZMENTE ME DERAM !

Quando em 1988 mudei de Banco, convidado pelo Presidente da nova Instituição que vim a integrar e que contava comigo como director financeiro e me dizia que queria profissionalizar e desenvolver a sua Instituição, deparei-me com uma situação que agora vejo repetir-se na "minha" Ordem, a dos Economistas.
Eu vinha de 26 anos de experiência naquele que considero o melhor, mais profissional, mais técnico, melhor apetrechado em meios humanos e em Valores de todos os Bancos que até hoje conheci, o BANCO DE FOMENTO NACIONAL que servi de 1972 a 1988.
Chegado à nova Instituição, no final da primeira semana, o Presidente Antonio da Costa Leal, um HOMEM, um humanista e um grande profissional, em conversa do que na altura se chamava "despacho", confidenciou-me que um tal conhecido na gíria da época por Barão Vermelho, dono de um grupo empresarial forte na época, estava a promover a inscrição de centenas de funcionários seus e a pagar-lhes as quotas e despesas para que se tornassem cidadãos eleitores dessa minha nova Instituição, o Montepio Geral, e não era necessãrio pensar muito para concluir que se trataria da tomada do poder da Associação Mutualista, ela também única e integral accionista da então Caixa Económica, a entidade bancária.
Foi fácil desmontar o estratagema pois tanto quanto me lembro, os novos pretendentes a associados começaram a chumbar nos exames médicos de admissão. Seriam coxos, gagos ou mudos, isso não sei.
Acontece que passadas todas estas décadas, pelo que me dizem e não vou sequer mencionar nomes de candidatos a Bastonários pois entender-se-ia que estaria a fazer campanha por A ou B, quando a minha única razão para aqui deixar isto escrito é que as sociedades são sempre constituídas por pessoas, as pessoas têm, em geral, ânsias de poder sem limites que as leva a menosprezar as questões éticas, que também o mundo é feito de pessoas e elas fazem do melhor e também do pior, os mesmos, falo em NÓS ou quase todos nós, a história e os golpes "históricos" repetem-se.
Na minha Ordem Profissional apresentaram-se duas candidaturas, uma integrada por pessoas que, muitas delas foram fundadoras da Ordem e já antes da Associação que a precedeu, a APEC, sócios de há muitos anos e conhecedores das questões e especificidades internas , da Profissão e dos requisitos para o Exercício da Profissão de Economista.
Aqui, na Ordem, os Estaturos são débeis, frágeis a meu ver, e não há sequer requisito de exame médico, como bem se compreende!
Aconteceu que um candidato se tornou associado este Verão, em Agosto, para se apresentar como pretenso Bastonário dois meses depois. Como se não bastasse, os amigos e possivelmente apaniguados ideológicos e partidários, estão a correr às " bilheteiras da Ordem" para se inscreverem e nele presumivelmente votarem.
Uma atitude conforme os Valores republicanos que recebi seria que todas as outras candidaturas se retirassem e todos nos retirassemos também como Membros da Ordem. Deixá-los a falar com eles próprios, só os melhores, os sábios, falando com os seus pares. Seria a minha vontade e a atitude mais correcta.
Porém, a idade ensina-nos que a Vida é assim mesmo, há que lutar pelo que defendemos. De contrário, estaríamos a dar de bandeja o ouro a quem dele não é dono.
Estou mesmo muito triste com a natureza de certas pessoas e dos muitos que os seguem a troco de umas lentilhas ou côdeas de broa, como se diz na minha Beira Alta !
Façam o favor de ter decência, ética e, sobretudo, juízo.
Faz cá tanta falta !
Carlos Pereira Martins

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