sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Fazendo fé na eterna ignorância dos homens, as igrejas criaram para si um sério problema logístico e demográfico !

 


Fazendo fé na eterna ignorância dos homens, as igrejas criaram para si um sério problema logístico e demográfico !



A breve prazo, tendo em conta a  relatividade do tempo  na imensidão dos anos, do universo e das existências, das já conhecidas e das ainda  nos segredos  dos clubes de Bielderberg  e  dos  eleitos, mais ano  menos ano, mais século menos milénio, mais metro menos quilómetro,  as Igrejas, o Vaticano e as suas dependências  que povoam o mundo, irão  ter  um sério  problema logístico e demográfico.

Nada de transcendente, de outro mundo, aqui bem a propósito dado que estamos a falar da maior  filial do reino dos céus conhecida na Terra.

Os dogmas até há pouco mais  repetidos e que sempre foram usados como bálsamos para acalmar, reconfortar e calar as almas, sobretudo as mais necessitadas, como também se reza nas missas e no Vaticano, irritadiças  e mais  atrevidas, diziam aos crentes que  tivessem esperança, calma, perseverança e comportamentos afins,  pois um dia chegaria, o da Ressurreição dos Mortos, em que todos  se levantariam das tumbas e aclamariam o Senhor  Deus do Universo. 
A partir de então, todos viveriam em graça, em amor e fraternidade e partilhariam o reino dos céus.
Mas dogmas são dogmas, inquestionáveis mas, como bem se sabe, tantos deles  como o inferno com as almas a arder até ao fim dos séculos, o purgatório ou limbo e outros,  vieram já a cair de maduros, por decisão de oportunas e esclarecidas chefias  do Vaticano !

A fé pode ser imensa, a doutrina e  o messianismo  prometedores mas, se já agora, com tanta gente a morrer  todos os dias pelas mais variadas causas os recursos e o espaço para todos neste minúsculo planeta se revela tão exíguo, como raio é que, saltando todos à uma, não sei se à meia noite de uma qualquer aleluia,  saindo  afinadinhos, das sepulturas existentes  e de todas as   que  já houve desde o inicio dos tempos e  fazem  agora já  parte  do betão de muitos  condomínios fechados,  os  que ficaram  em osso e os em cinzas, mais os que foram desfeitos  ou comidos e expelidos pelas entranhas de bichos horrendos e  pelos nossos irmãos canibais, ao longo dos séculos ad seculorum, como é que todos se conseguirão acotovelar  neste planeta exíguo, sem se causarem  calores, arrepios na espinha e nos pelos dos braços, com os apertos nas ruas e avenidas,  aconchegos nos transportes  e  procedimentos e pensamentos ousados e atrevidos ?

O aumento da população no planeta é um facto, mesmo tendo em conta as alterações provocadas pela  grande revolução dos costumes nos anos 60, o chamado amor livre que de amor na maioria das vezes nada terá a ver e com liberdade tudo teve. Foi muito mais a libertação merecida de um dos sexos  mais  contido  e  até aí sempre recalcado  e uma redistribuição mais justa, à medida  da evolução  dos tempos, do prazer  existente e tantas vezes nunca  alcançado.
Se à redistribuição mais justa dos recursos e rendimentos dificilmente se chegou, muito pelo contrário, houve concentração  acentuada num numero cada vez mais exíguo de pessoas, neste caso, foi conseguido. 

Mas, se de aqui se possa inferir a causa   única da natural explosão  da população mundial, cuidado com as conclusões pois que estamos a falar de fenómenos sociais e, portanto, todos os outros que com este possam estar inter relacionados, contam para o resultado final. É tal qual como com as variáveis económicas, sendo a economia também uma ciência social, tudo implica modificações em tudo. 
Importante, para aqui chamada, foi a descoberta ou a liberalização dos anticoncepcionais de uso alargado, creio que nos meios mais beatos lhes poderão chamar   “armas de destruição  e perdição  massiva”,  que vieram permitir o fácil acesso ao prazer e evitar as consequências  da conversa de pé de orelha poucos meses depois inevitável com os pais e em maior escala, nove meses mais tarde, numa maternidade bem próxima de cada um.

Depois, como se isso já não bastasse, chegou a pílula. Mais prática, mais eficiente que as antigas camisinhas, coisa  que antes da era espacial, da  ida da  cadela Laica ao espaço,  se dizia que eram de Vénus.  Talvez por serem camisas sem mangas e se acreditasse que os extra terrestres não teriam braços, não faço ideia.

Uma enorme coincidência no nome  da cadela russa que foi lançada no espaço  pois que, atrever-se a chegar tão perto do Criador, só poderia realmente ter sido alguém laico dos quatro costados !

Depois ainda, ou em simultâneo, a massificação da televisão, mais programas, menos tempo disponível para acamar, tudo a puxar no mesmo sentido. E a atracção e moda pelo amor entre iguais, falando de género.  Tudo isso converge com os anti convencionais !

Ainda recordo uma briga de todo o tamanho entre o Bernardes e o Manel João, no recreio da minha escola, coisa que chegou a partir um dente a um e um dedo polegar a outro, nódoas negras, calças rasgadas e terra nos cotovelos aos dois, entre a berraria de todos os outros que assistiam  entusiasmados e os cercavam numa roda  porque um deles , no meio de uma discussão  quando se jogava ao “abafar cromos da bola”, chamou ao pai do outro “ATEU” !  “O teu pai é um ateu !”.
E levou como resposta : “Ó meu paneleiro, vais já ver quem é ateu !” . E assim começou a luta empolgada entre os dois mais avantajados , mais repetentes e mais  fortes da terceira classe desse ano.

Creio que uma boa parte  desses meus condiscípulos da altura, são hoje ateus ou agnósticos. Também alguns deles, aí não consigo imaginar quem mem quantos,  não se sentiriam ofendidos se fossem chamados homossexuais. Não paneleiros, que isso ofende e é  muito diferente.

Bom, mas nada disto tem relevância bastante para ocupar espaço ao problema maior que as religiões  mais seguidas, as que colocaram sempre como esperança  redentora a ressurreição dos mortos,  terão  agora   entre mãos.

A bem dizer, a coisa só poderá ser minimizada, mais controlada, se uns ressuscitarem santos e outros demónios. 
Uns virão de branco vestidos e outros de vermelho. Ou, ficando aqui só pela Segunda Circular, uns de verde e outros de vermelho ou encarnado, assim falando se as tendências políticas não se esfumarem na ressurreição. 
E, com muita naturalidade e concentração de esforços, munições adequadas que possam trespassar corpos ressuscitados, não sei sequer se imunes a novas mortandades,  uma dessas metades conseguir eliminar rapidamente a outra. 

É que nem um confinamento,  um recolher obrigatório, um dos melhores e mais convincentes discursos de um amigo Primeiro Ministro que conheço me parece que possa adiantar alguma coisa para este caso!

Valha-nos Santa Barbara  se ao menos esta  for eficaz para tamanhas tempestades e trovões !

Passem bem e, protejam-se,  para não aumentarem ainda mais a espécie e por causa do virus, também !

Carlos Pereira Martins

  

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