quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

E, no Bolo Rei ou Bolo Presidente em Guimarães, também se põe picante ...?


Eram  já muito perto das 00.00 horas, da meia noite do dia 31 de Dezembro e da passagem de ano.
Ia eu ali pelo Largo do Camões, os minutos corriam depressa, depressinha e, pensei, onde raio vou eu passar o Ano?

Pronto, desci  um pouco a Rua da Emenda e entrei na A Cooperativa.
Estava logo ali o meu amigo Mário, sim, o mesmo que desenhou a segurança para o Concerto do José  Afonso no Coliseu. Era preciso ?...sei lá... ! Era preciso essa segurança para o Zeca, pois, porque elas andavam  por aí...não se podiam ver mas, tal como agora, que las hay, hay!
Então, cinto e suspensórios sempre evitaram mostrar o que não se quer deixar a nu.


Um abraço e o Mário logo me disse que ele estava já lá dentro à minha espera.
Sim, o Albert, esse mesmo.


Seguiu-se uma conversa muito agradável.  Alberto, conta aí para o Mário algumas coisas giras do nosso Liceu de Viseu, vá, pedi-lhe eu.

E ele recordou as aulas de ginastica com o Professor Pipa, o Carlos Moisés a partir postes da baliza de andebol com os seus remates, ... mas sempre aulas só de rapazes. Nada de misturas, nesses tempos dos anos 60. As raparigas, Coleguinhas, tinham para elas uma professora, cujas pernas não recordo pois faziam as aulas de ginastica do outro lado do liceu, na ala norte e, eu, nunca lhas vi.

A partir do sexto ano, já havia aulas mistas, vamos por aqui fazer um   "su pô nha  mos" !

Com essa inovação, veio de fora, bastava que fosse de Tondela ou de São Pedro do Sul e já seria um professor vindo do estrangeiro, um  novo professor de ginástica que dava as aulas para os rapazes e para as raparigas.

O moço vinha de novo mas era novo, também, em tudo  o resto, idade, métodos de treino, tudo, tudo!
Vestia um fato de treino cinzento, coladito ao corpo, já percursor das  calças justinhas e promissoras á vista que as moças do  actualmente passaram a usar, as "leggings" ! Como eram de homem, tinham mesmo á frente, talvez estejam já até a ver,  uma protecção, um chumaço protector que, naquele caso, ficava completamente cheio, como uma carruagem de metro em dia de grandes apertos.

E o Alberto, meu amigo Einstein, recordou a Sãozinha.  Que não era a santa de quem mais tarde meio Portugal falou. Ela  começou a gostar muito, mesmo muito das aulas de ginástica.

A Sãozinha era de uma alínea de letras e, no horário dela, acontecia ter aulas de português a seguir á aula de ginastica. Sim, nessa altura ainda se não inventara a "Educação Física".
 Educação todos tínhamos, não se ficava só pelo fisico, era tão comum e tão geral que seria descabido reduzi-la ao fisico.

E foi numa dessas aulas de português, logo a seguir á aula de ginástica, que a professora pediu à Sãozinha para conjugar  o presente do indicativo  do verbo matar.

Ela assim fez sempre com o que na altura conhecíamos como  "o olhar em Alvaro", fixo ainda na aula de ginastica,  mesmo antes de sabermos da existência mais tarde do  viseense  Alvaro Santos Pereira, mas, pela primeira vez, tivemos, e em Viseu, no nosso Liceu de Viseu,  uma amostra promissora do que poderia vir a ser uma futura deputada à Assembleia da República no século presente!

A Sãozinha começou, "que eu mate, ... que eu mate...  que tu ...mates ... que to...mates,  que to...mates... que tomates...! "

A conversa teve mesmo que ficar por ali, o relógio, essa maquina da mais perfeita relojoaria Suíça, como dizem  com voz  mafiosa e quase  de mel, nos anúncios de uma  tv. O relógio,  não pára.
Este "pára" , bem poderia ser "para",  seguisse eu essa coisa estranha a que chamam acordo, ou acórdo ?




E cá fica uma história enternecedora  de uma passagem de ano, só um, de contrário soaria a estranho, ali na A Cooperativa, Rua da Emenda, amigo Mário, ele, eu e o Albert, sempre ao dispor de "quase todas as V.Exas". Sim, porque, confina, confiança mas não tanta. Reserva-se o direito à admissão!
como no antigamente. Isto mudou mas também não mudou assim tanto...!

Bom Ano. bom 2020, com boa disposição e aproveitem os bons locais, onde podem sempre dar de caras com o Albert ou mesmo comigo, mais difícil...mas...!

Carlos Pereira Martins


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